Ministro Gilmar Mendes - STF |
O
deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) informou hoje (20) que vai pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Gilmar Mendes. Segundo Damous, ex-presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), seccional do Rio de Janeiro, as atitudes de Mendes
“desonram a toga”.
Nessa
sexta-feira, Mendes decidiu suspender a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva no cargo de ministro-chefe da Casa Civil e devolver os processos que
envolvem Lula nas investigações da Operação Lava Jato ao juiz federal Sérgio
Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, alegando que a nomeação como ministro
causaria tumulto nas investigações.
“Eu
já tenho uma petição pronta, mas tenho que atualizar porque ele [Gilmar Mendes]
fala besteira todos os dias. Ele desonra a toga todos os dias, então eu tenho
que acrescentar isso à petição. Mas eu quero logo, nas próximas semanas,
protocolar o pedido de impeachment dele.
Ele desonra a toga, na suprema corte americana ou num tribunal constitucional
europeu ele nem chegaria lá. Então, nós vamos abreviar a carreira inglória
desse indivíduo no Supremo Tribunal Federal”, disse Damous.
Segundo
o deputado, Gilmar Mende é um militante partidário. “Eu acho até que o Gilmar
Mendes na Câmara dos Deputados seria um ótimo parlamentar do PSDB, porque os que
estão lá são uma porcaria. Ele deveria largar a toga, tentar se eleger e ir
para lá, ele faria um ótimo papel lá. Mas o que ele está fazendo é desonrar o
Poder Judiciário brasileiro, desonrar o Supremo Tribunal Federal”.
Damous
disse que o pedido de impedimento de Mendes será protocolado em seu nome e não
no do Partido dos Trabalhadores. Sobre a declaração de apoio da OAB federal ao
pedido de impeachment da presidenta
Dilma Rousseff, Wadih Damous lamentou a decisão.
“O
Conselho Federal da OAB adotou uma posição vergonhosa, golpista, em relação ao
que acontece no Brasil hoje. Em 1964, também a OAB apoiou o golpe, só que
naquela época havia grandes vultos da advocacia, como Sobral Pinto, Seabra
Fagundes, Heleno Fragoso e outros que recolocaram a OAB no caminho da
democracia. Neste momento, a OAB federal está resumida a mediocridades. O que
deve acontecer na OAB é uma oxigenação democrática, a OAB deve ter eleições
diretas, o conselho federal é eleito indiretamente, aí permite que esses
caciquinhos de estado, esses líderes paroquiais tomem conta de uma entidade que
deveria representar a advocacia nacional. Então, é lamentável, é vergonhosa a
aposição da OAB”.
Segundo
Damous, as seccionais da OAB do Rio de Janeiro e do Pará foram as únicas que se
manifestaram contra o pedido deimpeachment. Ele
informou também que nesta terça-feira (22) juristas de todo o país se reunirão
com a presidenta Dilma Rousseff para repudiar a posição da OAB federal. Ele
também lamentou que a entidade não tenha se posicionado sobre a quebra do
sigilo das conversas de Lula com seus advogados.
“Infelizmente,
a OAB entra no jogo político a favor do golpe e fica em silêncio diante das
perseguições e das violações das prerrogativas dos advogados, não se manifesta.
Infelizmente essa não foi a OAB da qual eu fiz parte. Essa não é a OAB que
lutou contra a ditadura militar”, argumentou. O ex-presidente da OAB/RJ
participou de um debate na tarde deste domingo, na Praça São Salvador, em
Laranjeiras, zona sul da cidade, organizado pelo movimento À Esquerda da Praça,
que promove atos e debates periódicos no local.
Integrante
do movimento, Georgia Bello, diz que o momento político do país é de tensão e
que o coletivo fará uma vigília constante na praça, com atos todos os domingos.
“A gente está fazendo da Praça São Salvador um ponto de resistência, por conta desse
golpe que está instalado no pais. Já estamos pensando num próximo debate, em
abril, para discutir a mídia e o golpe”, acrescentou.
Deputado Federal Wadih Damous (PT-RJ) |
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