Cortes no Sistema Único de
Saúde (SUS) colocam em risco a saúde da população, afirmam especialistas que
participaram, na noite de ontem (22), da abertura da 22ª Conferência Mundial de
Promoção da Saúde, em Curitiba. Segundo eles, a demanda pelo sistema público
aumenta em épocas de crise econômica, como a que passa o Brasil, ao mesmo tempo
em que as políticas sociais sofrem desinvestimentos por causa das medidas de
austeridade.
O
professor de economia política e sociologia da Universidade de Oxford, o inglês
David Stuckler afirmou que, paradoxalmente, é na recessão que os governos mais
devem investir em saúde. Com base em pesquisas nos últimos anos, ele alertou
que o desinvestimento em épocas de menor crescimento coincide com a volta de
epidemias e aumento de casos de suicídio.
“O perigo é como os
políticos respondem a isso [recessão]. Quando fazem cortes profundos, podem
transformar adversidades [econômicas] em epidemias”, completou. Ele explica
que, como as pessoas tendem a adoecer mais em tempos de crise e com o
desemprego, os trabalhadores e suas famílias são desvinculados de planos de
saúde privados e há aumento da demanda na rede pública, que precisa estar
preparada.
EBC
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