Quase 700 migrantes em apenas um dia.
Com dois de seus barcos de ajuda humanitária, a organização internacional
Médicos sem Fronteiras (MSF) resgatou, na última segunda-feira (16), 688
pessoas que tentavam atravessar o Mar Mediterrâneo da Líbia para a Itália.
Agora, fotos divulgadas por eles
revelam cenas desse resgate, o maior feito pela organização em um só dia no
Mediterrâneo neste ano. Provenientes de países como Guiné, Mali, Costa do
Marfim, Senegal e Eritreia, os migrantes socorridos estavam em cinco barcos
diferentes, feitos de materiais como borracha e madeira. Entre eles, havia mais
de 200 crianças, que se lançaram no perigoso trajeto com suas famílias e até
desacompanhadas.
No mesmo dia, os profissionais de
saúde do MSF também atenderam outras 115 pessoas que haviam sido socorridas por
outro navio - uma delas, uma mulher no oitavo mês de gravidez.
Além do desgaste físico pela travessia
marítima e pelas condições precárias da espera do embarque na Líbia,
alguns tinham fraturas ou queimaduras causadas por combustível. Foi registrado
também um caso de pneumonia. O grupo foi levado para portos na Sicília, na
Itália, onde poderá fazer a solicitação de permanência.
No ano passado, mais
de 500 mil migrantes atravessaram o Mediterrâneo, segundo o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Do total, quase 383
mil desembarcaram na Grécia e 129 mil na Itália. Até setembro, quase 3 mil
pessoas já tinham morrido ou desaparecido na travessia.
Após o acordo
assinado em março entre os países da União Europeia e o governo turco, que
prevê enviar de volta à Turquia os imigrantes ilegais que chegarem da costa
turca à Grécia, a previsão do MSF é que a rota do Mediterrâneo Central fique
ainda mais movimentada.
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