sexta-feira, 20 de novembro de 2015

ECONOMIA: Desemprego tem pior nível para outubro desde 2009


A taxa de desemprego apurada nas seis principais regiões metropolitanas do País saltou de 7,6% em setembro para 7,9% em outubro. Trata-se do pior resultado desde agosto de 2009, quando estava em 8,1%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado foi o pior para um mês de outubro desde 2007, quando a taxa de desemprego foi de 8,7%.
O resultado contrariou, pela primeira vez, a tendência sazonal no mercado de trabalho, que é a redução na taxa de desemprego no final do ano, por causa da contratação de trabalhadores temporários no comércio e serviços. Em outubro do ano passado, a taxa de desocupação foi de apenas 4,7%.

"Como a gente vê pelos dados do IBGE um desaquecimento das vendas, provavelmente não deve haver enxurrada de trabalho temporário. Por menor que seja esse trabalho temporário, ele ocorre. O que a gente não sabe é se ele será suficiente para absorver todas as pessoas que estão buscando emprego e fazer a inflexão da taxa (de desemprego) no fim do ano", disse Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

A Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem) espera uma redução de 20% no número de contratações com esse tipo de vínculo no terceiro trimestre deste ano, em relação ao ano anterior. "Nós tínhamos uma expectativa de contratação de 160 mil temporários, mas baixamos para 130 mil. Mas essa contratação não ocorreu em outubro nem novembro. Só resta dezembro", alertou Marcos Abreu, diretor jurídico da Asserttem.

Abreu contou que as contratações temporárias na indústria, que ocorrem tradicionalmente de agosto a outubro para atender ao aumento na demanda do comércio para o Natal, não aconteceram este ano.

Recorde
Em outubro, a fila do desemprego aumentou 67,5% no período de um ano, alta recorde, com 771 mil pessoas a mais em busca de um trabalho. Ao mesmo tempo, 825 mil trabalhadores foram dispensados. "Essas pessoas, que já estavam na população desocupada, não estão sendo absorvidas e muitas daquelas que estavam ocupadas estão sendo dispensadas", apontou Adriana. O resultado só não foi pior porque houve elevação na população inativa, reconheceu a técnica.

Entre os setores, os cortes foram generalizados. Mas a indústria dispensou mais: foram 305 mil demitidos em relação a outubro de 2014. Economistas acreditam que a piora no mercado de trabalho deve se manter.

Tribuna do Norte

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