O
exército americano se equivocou de alvo quando bombardeou o hospital afegão da
ONG Médicos Sem Fronteira (MSF) em outubro passado, deixando ao menos 30
mortos, afirmou nesta quarta-feira (25) seu comandante no Afeganistão, o general John Campbell.
"O centro médico foi identificado
erroneamente como um alvo militar", declarou o militar ao anunciar os
resultados da investigação sobre o ocorrido.
"Os
soldados acreditaram que estavam atacando outro prédio a centenas de metros de
distância, onde foram informados que havia combatentes", acrescentou.
O ataque aconteceu no dia 3 de
outubro. Desde então, a direção da MSF refuta categoricamente o termo "erro".
Seu presidente Joanne Liu chegou a evocar "suspeitas de crimes de
guerra" e exigir uma investigação internacional independente, assegurando
não confiar no Pentágono. Imediatamente após o atentado, o general Campbell
indicou que o ataque americano havia sido realizado por solicitação do exército
afegão, segundo o qual combatentes talibãs estavam escondidos no interior do
hospital.
Ele também assegurou perante uma
comissão do Congresso americano que suas forças "não visavam"
hospitais, mesmo tendo inimigos em seu interior.
Na época, as forças afegãs estavam
envolvidas em violentos combates com o Talibã em Kunduz, grande cidade do norte
do país, então nas mãos dos insurgentes.
A MSF admitiu recentemente que
"vinte" talibãs recebiam tratamento em seu hospital, mas garantiu que
transmitiu as coordenadas GPS do hospital para os exércitos afegão e americano
antes do ataque. A organização também alertou as autoridades assim que as
primeiras bombas caíram, o que não impediu que o bombardeio continuasse por
quase uma hora.
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