Os investigadores da Operação Lava
Jato conversaram com executivos da Odebrecht para recolher informações sobre o
pagamento de propinas a políticos. Nas declarações, os executivos da
empreiteira afirmaram, em proposta de delação, que a campanha José Serra
(PSDB-SP), à Presidência da República, em 2010, recebeu R$ 23 milhões da
empreiteira via caixa dois.
Serra
é atualmente ministro das Relações Exteriores do governo interino de Michel
Temer. Segundo a reportagem da Folha de S. Paulo, o valor hoje corrigido pela
inflação do período, equivale a R$ 34,5 milhões. Além
disso, os executivos revelaram que parte do dinheiro foi entregue no Brasil e
parte foi paga por meio de depósitos bancários realizados em contas no
exterior.
O
acordo de delação entre a força-tarefa da Lava Jato e os executivos da
empreiteira ainda não foi assinado. A empreiteira Odebrecht pretende apresentar
extratos bancários de depósitos realizados fora do país que tinham como
destinatária final a campanha presidencial do então candidato. A empresa quer
comprovar que houve o pagamento por meio de caixa dois.
O
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aponta que, em 2010, a Odebrecht doou R$ 2,4
milhões para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República de Serra
(R$ 3,6 milhões em valores corrigidos). Ou
seja, a reportagem indica que a campanha do tucano teria recebido do grupo
baiano R$ 25,4 milhões, sendo R$ 23 milhões "por fora". Na possível
delação, os funcionários da Odebrecht também planejam explicar que Serra era
tratado pelos apelidos de "Vizinho" e "Careca" em
documentos da empreiteira.
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