Das pinturas
rupestres das cavernas do Piauí ao artesanato contemporâneo de várias partes do
Brasil, a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016 fez um passeio
pela arte brasileira em suas múltiplas formas, num espetáculo de mais de duas
horas no lotado estádio do Maracanã.
Carmen Miranda,
Santos Dumont e Tarsila do Amaral foram alguns dos homenageados da noite.
“Voltamos ao passado para relembrar como o talento humano deixou marcas até nas
paredes das cavernas. De volta ao presente, reverenciamos artistas que fizeram
a história da cultura nacional criando obras inesquecíveis”, disse a artista
Rosa Magalhães, criadora da cerimônia e carnavalesca premiada no Rio de
Janeiro.
Houve ainda uma apresentação tecnológica de Tóquio
2020, marcando a transição para os próximos Jogos, e terminou num grande
carnaval, com direito a carro alegórico e marchinhas.
Paisagens
famosas do Rio, como o Pão de Açúcar, o Corcovado e os Arcos da Lapa, foram
formadas em grandes coreografias de massa, cujos dançarinos voltaram ao final
do show para homenagear os jardins de Roberto Burle Marx (1909-1994), com
figurinos inspirados em espécies da flora brasileira. Outras coreografias com
projeções de alta tecnologia lembraram as mulheres rendeiras e os artesanatos
de bonecos de barro, esta última ao som do forró de “Asa Branca”, de Luiz
Gonzaga.
Três gerações de intérpretes da Vila Isabel,
Martinho da Vila, três filhas e uma neta, reverenciaram grandes mestres, como
Pixinguinha, Braguinha e Noel Rosa.
Lenine também se
apresentou, numa homenagem aos voluntários dos Jogos Rio 2016, e Arnaldo
Antunes declamou um poema falando sobre a saudade.
A chama Olímpica foi
apagada por uma chuva que caiu enquanto a cantora e atriz Mariene de Castro
entoava “Chovendo na Roseira”, executada na sua versão original, gravada pelo
próprio Tom Jobim no disco “Stone Flower” (1970).
Um grande carnaval
no Maracanã encerrou os trabalhos ao som de marchinhas e sambas enredos
históricos, com a modelo Izabel Goulart e Renato “Gari” Sorriso liderando um
cortejo de 50 baianas e 200 passistas. A atriz Leandra Leal foi a porta
bandeira do Cordão da Bola Preta, um dos maiores blocos de rua do país.
A festa marcou, ainda, a entrega das últimas três
medalha dos Jogos, aos atletas da maratona. O queniano Eliud Kipchoge ganhou o
ouro, o etíope Feyisa Lilesa ficou com a prata e o americano Galen Rupp levou o
bronze.
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