O atual presidente do Gabão, Ali Bongo, foi reeleito com
49,85% dos votos após uma apuração tensa e polêmica que durou muito mais que o
esperado e que a oposição denunciou como fraudulenta, informou nesta
quarta-feira (31) a Comissão Eleitoral Nacional (CENAP) do país africano.
O veterano opositor
Jean Ping ficou muito perto de vencer Bongo ao conseguir 48,16% dos votos, após
reunir figuras proeminentes da política gabonesa em torno de sua candidatura. O
Ministério do Interior decidiu mobilizar um grande número de tropas na capital
do país, Libreville, para evitar distúrbios depois do anúncio dos resultados
oficiais.
Os resultados
deveriam ter sido divulgados na terça-feira, mas a CENAP teve que adiar o
anúncio depois que foi contestada a apuração da província de Alto Ogooué, um
reduto eleitoral de Bongo, no qual o presidente teria alcançado mais de 95% dos
votos, com uma participação próxima de 100%.
A União Europeia
(UE), que já denunciou irregularidades durante as votações, pediu nesta
quarta-feira que a CENAP "publique os resultados de cada seção
eleitoral" para garantir que não houve manipulação na apuração. A missão
eleitoral da UE criticou duramente a falta de transparência na gestão da
administração eleitoral no Gabão, que se recusou a oferecer informação
essencial como as listas do censo eleitoral e dos centros de votação.
Após a votação do
último sábado, que transcorreram com normalidade e sem incidentes apesar da
tensão registrada durante a campanha, tanto Bongo como Ping se apressaram para
se proclamarem como vencedores, sem esperar os resultados oficiais. Bongo -
filho do ex-presidente Omar Bongo que governou o Gabão entre 1967 e 2009 - era
o claro favorito para ser reeleito no primeiro turno das eleições
presidenciais, mas sua vitória foi muito mais apertada que o esperado.
Globo. Com
Nenhum comentário:
Postar um comentário