O
Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário planeja lançar na primeira
quinzena de agosto o programa Criança Feliz, que dará assistência à chamada
primeira infância, período considerado fundamental para o desenvolvimento das
crianças. De
acordo com o ministro Osmar Terra, neste ano serão investidos R$ 80 milhões de
recursos próprios da pasta para bancar o projeto. “Em 2018, o nosso objetivo é
investir até R$ 1 8 bilhão”, disse o ministro, ressaltando que a verba para
área social é um compromisso do presidente em exercício, Michel Temer. “Não é a
área social que cria o déficit fiscal”, argumenta.
O
programa, segundo o ministro, será “um avanço” em relação ao Brasil Carinhoso,
programa feito pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff, que garante
creches para crianças de famílias beneficiárias do Bolsa Família. O Criança
Feliz também será destinado às famílias que recebem o benefício. “Não
adianta só garantir a creche, é cientificamente provado que os primeiros 1.000
dias são fundamentais para a formação das habilidades das crianças e é preciso
estimular corretamente para que haja um bom desenvolvimento”, afirma o
ministro.
O
Criança Feliz não prevê repasse de dinheiro para as famílias e sim um
atendimento feito por “visitadores domiciliares capacitados” que criarão
vínculos com as crianças para acompanhar o seu crescimento. “Pode ser uma
professora, psicóloga, assistente social, enfermeiro. Todos serão capacitados
para estimular e aprimorar o desenvolvimento da criança”, diz Terra. A
capacitação desses visitadores deve ser feita pelo próprio MDS em parceria com
instituições, como universidades.
De
acordo com o ministro, ainda está em estudo a forma de repasse dos recursos da
pasta para o programa, mas a previsão é de que, por visitador, o montante pago
seja de R$ 1.200. “Ainda não decidimos se será feito um repasse às prefeituras
ou se alguma instituição vai gerir e gerenciar o programa”, explicou. Num
primeiro momento, o programa pretende atingir entre 2% a 5% das 14 milhões de
famílias beneficiárias do Bolsa Família, o que representa entre 280 mil a 700
mil.
A
visitação será semanal e o visitador acompanhará a mesma criança para poder
verificar o seu desenvolvimento. Cada profissional fará cerca de 30 visitas por
semana, com a perspectiva de atender até 40 crianças. Após os primeiros mil
dias, as visitas serão espaçadas, quinzenal e mensal, até a criança chegar aos
4 anos de idade.
Terra
diz que desde que aceitou o convite para o MDS já havia dito ao presidente
Michel Temer que gostaria de implementar o programa. “Eu criei o Programa
Primeira Infância Melhor no Rio Grande do Sul quando era secretário, há 13
anos, e, mesmo com quatro mudanças de governo, o programa é mantido. Funcionou
lá e pode funcionar no Brasil”, afirma.
“A
pobreza atravessa gerações. Uma criança que nasce em um ambiente pobre, se
chegar à escola, tem grande chance de evasão escolar, e cria-se uma bola de
neve que faz a miséria se perpetuar entre as gerações. A ideia, com este
projeto, é quebrar esse ciclo interagindo nesses primeiros 1000 dias da
criança”, reforça
Bg
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