O papa Francisco inicia hoje (12) viagem ao México, que vai até quinta-feira, antecedida de uma escala em Havana para um encontro histórico com o patriarca ortodoxo russo Kiril. A programação da viagem, como tem sido habitual, prevê encontros com famílias, jovens, religiosos e autoridades. Ele também se vai dirigir aos marginalizados de Ecatepec, uma área metropolitana da Cidade do México densamente povoada, ao povo indígena de Chiapas e aos imigrantes de Ciudad Juárez, na fronteira com os estados norte-americanos do Novo México e do Texas, onde deve visitar uma prisão.
Antes, o papa fará uma escala na
capital de Cuba, em um novo gesto de distensão dos conflitos seculares entre
católicos e ortodoxos, para um encontro ecumênico com o patriarca Kiril, líder
espiritual da influente igreja ortodoxa russa, na companhia do presidente
cubano Raúl Castro. O primeiro papa latino-americano que visita o México
durante quase seis dias irá a quatro estados (estado do México, Chiapas,
Michoacán e Chihuahua) e seis cidades, fará cinco homilias, um angelus e
sete discursos.
Fortes medidas de segurança foram
tomadas para esta visita, com mobilização de 13 mil policiais federais e de
meios operacionais que incluem mais de mil veículos e 13 aviões. Em diversas
ocasiões, Francisco vai se deslocar em papamóvel. Após a escala em Havana, o
avião da Alitalia chega na tarde de hoje à Cidade do México, onde será recebido
pelo presidente Enrique Peña Nieto, sem cerimônias nem discursos. A recepção
oficial está prevista para este sábado, em um encontro entre o papa e o chefe
de Estado no Palácio Nacional. Francisco fará a primeira mensagem à nação, na
presença de representantes políticos, da sociedade civil e do corpo
diplomático.
Um dos pontos altos da visita será
deslocamento à Ecatepec, nos arredores da capital federal, onde o pontífice
deverá abordar o tema das “periferias humanas” em um dos maiores municípios do
país, com 4 milhões de pessoas e elevado grau de marginalização. Está prevista
uma missa para mais de 500 mil pessoas. As minorias indígenas e a importância de
sua identidade cultural e do meio ambiente em que habitam serão os temas da
visita ao estado de Chiapas, que ocorre a partir de segunda-feira (15), antes
dos deslocamentos ao estado de Michoacán, à Ciudad Juárez e a outras
localidades do estado de Chihuahua, onde encerra a viagem.
Na cidade fronteiriça de Juárez, o
papa visitará o Centro Penitenciário Cereso 3, que já foi considerado um dos
mais perigosos do mundo e onde se encontram 3 mil presos, dos quais 700 poderão
assistir ao discurso do papa. A véspera do início da visita foi marcada por
graves incidentes na prisão de Topo Chico em Monterrey, estado de Nuevo Léon
(Norte do México), que deixaram dezenas de mortos entre detidos e guardas
prisionais.
Agencia Brasil EBC
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