quarta-feira, 14 de setembro de 2016

MUNDO CRISTÃO: Papa celebra missa em memória de padre francês morto por extremistas

O papa Francisco disse nesta quarta-feira (14) que o religioso francês assassinado a facadas por militantes islâmicos em seu altar em julho foi um mártir, e indicou que o padre Jacques Hamel já está a caminho da canonização.

Francisco se pronunciou em uma missa especial para peregrinos de Rouen, área da França onde os dois agressores invadiram a igreja de Saint-Étienne-du-Rouvray, forçaram o padre de 85 anos a se ajoelhar e cortaram sua garganta enquanto diziam frases em árabe.

"Seria bom que todas as confissões religiosas proclamassem que matar em nome de Deus é satânico", declarou o pontífice diante de 80 peregrinos da diocese de Rouen (noroeste da França), segundo a France Presse. De acordo com a Reuters, o pontífice usou as palavras mártir ou martírio 10 vezes durante sua homilia na capela da casa de hóspedes do Vaticano onde mora. "Ele (Hamel) aceitou seu martírio ali no altar", disse o papa. "Ele deu sua vida por nós para não negar Jesus... ele é um mártir, e mártires são beatificados".

A beatificação é uma das primeiras etapas do processo complexo que leva à canonização na Igreja Católica. Normalmente é preciso um milagre para que um candidato a santo seja beatificado, mas essa exigência pode ser descartada se houver indícios de que a pessoa morreu como mártir.

"Hoje na Igreja há mais mártires cristãos que nos primeiros séculos", afirmou o papa no sermão, pronunciado em italiano e traduzido ao francês para os fiéis. "Cristãos que sofrem hoje, encarcerados, torturados, assassinados por não renunciar a Jesus Cristo", disse. O religioso francês era "um homem bom, doce, de fraternidade", que foi assassinado "como um criminoso", mas que não perdeu "a lucidez de acusar e de nomear seu assassino: disse claramente 'saia, Satanás'", recordou o papa.

"Devemos orar por ele - é um mártir e os mártires são bem-aventurados - para que nos dê a todos a fraternidade, a paz e a coragem de dizer a verdade: matar em nome de Deus é satânico", disse. O padre Jacques Hamel, de 85 anos, foi degolado por dois extremistas de 19 anos que juraram lealdade ao grupo Estado Islâmico (EI), no momento em que celebrava a missa em sua igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, na região de Rouen.

G1

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