O papa Francisco disse nesta
quarta-feira (14) que o religioso francês assassinado a facadas por militantes
islâmicos em seu altar em julho foi um mártir, e indicou que o padre Jacques
Hamel já está a caminho da canonização.
Francisco se
pronunciou em uma missa especial para peregrinos de Rouen, área da França onde
os dois agressores invadiram a igreja de Saint-Étienne-du-Rouvray, forçaram o
padre de 85 anos a se ajoelhar e cortaram sua garganta enquanto diziam frases
em árabe.
"Seria bom que
todas as confissões religiosas proclamassem que matar em nome de Deus é
satânico", declarou o pontífice diante de 80 peregrinos da diocese de
Rouen (noroeste da França), segundo a France Presse. De acordo com a
Reuters, o pontífice usou as palavras mártir ou martírio 10 vezes durante sua
homilia na capela da casa de hóspedes do Vaticano onde mora. "Ele (Hamel)
aceitou seu martírio ali no altar", disse o papa. "Ele deu sua vida
por nós para não negar Jesus... ele é um mártir, e mártires são
beatificados".
A beatificação é uma das
primeiras etapas do processo complexo que leva à canonização na Igreja
Católica. Normalmente é preciso um milagre para que um candidato a santo seja
beatificado, mas essa exigência pode ser descartada se houver indícios de que a
pessoa morreu como mártir.
"Hoje na Igreja há mais
mártires cristãos que nos primeiros séculos", afirmou o papa no sermão,
pronunciado em italiano e traduzido ao francês para os fiéis. "Cristãos
que sofrem hoje, encarcerados, torturados, assassinados por não renunciar a Jesus
Cristo", disse. O religioso francês
era "um homem bom, doce, de fraternidade", que foi assassinado
"como um criminoso", mas que não perdeu "a lucidez de acusar e
de nomear seu assassino: disse claramente 'saia, Satanás'", recordou o
papa.
"Devemos orar por
ele - é um mártir e os mártires são bem-aventurados - para que nos dê a todos a
fraternidade, a paz e a coragem de dizer a verdade: matar em nome de Deus é
satânico", disse. O padre Jacques
Hamel, de 85 anos, foi degolado por dois extremistas de 19 anos que juraram
lealdade ao grupo Estado Islâmico (EI), no momento em que celebrava a missa em
sua igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, na região de Rouen.
G1
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